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Vera Academia - 15/12/2017 - Coluna Vera Academia dia 15122017


É hora de malhar o assoalho pélvico

O nome “assoalho” não vem de graça. É o chão da bacia, um conjunto de músculos em forma de uma rede que sustenta e suspende órgãos como bexiga e intestino, útero e ovários, nas mulheres, e próstata, no caso dos homens. Também fazem parte desse conjunto os esfíncteres, estruturas que relaxam e contraem para permitir ou impedir a passagem de xixi, cocô e gases. E não acaba aí: o assoalho pélvico tem participação na atividade sexual, diretamente relacionado ao orgasmo vaginal ou à ereção masculina.

Já deu para perceber que, embora não tenhamos percepção disso, nós usamos essa malha o tempo todo e, portanto, precisamos cuidar muito bem dela. Até porque, com o avanço dos anos, o tônus muscular vai se alterando e a região, assim como outros músculos do corpo, tende a perder vigor. Algumas doenças, como diabetes, obesidade e hipertensão, colaboram para uma piora no quadro. Cirurgias ginecológicas ou de retirada da próstata também podem provocar abalos neste chão. Outras situações aumentam a pressão dentro do abdômen, como tosse constante, levantamento de peso e prática de corrida, crossfit e outros esportes de alto rendimento. 

O enfraquecimento, ou uma lesão no assoalho pélvico é capaz de gerar complicações como a constipação e incontinência fecal. E a decadência dessa musculatura pode ter relação direta ainda com problemas do trato urinário, como escapes de xixi e bexiga hiperativa, chateações que, segundo um estudo recente realizado no Brasil com mais de 5 mil pessoas, acometem 50% dos homens e 70% das mulheres a partir dos 40 anos. Em estágios mais avançados, o desgaste muscular leva até a queda ou descolamento de órgão da região. As mulheres são mais suscetíveis à fragilidade nessa rede porque a estrutura é atravessada por uretra, vagina e ânus, enquanto nos homens são apenas dois canais, uretra e ânus. Sem contar as repercussões de uma gestação, quando entram em cena o peso do bebê, alterações anatômicas do corpo e a influência de hormônios, como a relaxina, que deixa os músculos pélvicos amolecidos para o parto. Por isso é tão importante exercitar a musculatura principalmente depois do primeiro trimestre de gravidez, com maior intensidade a partir da 28ª semana. E o assoalho pélvico deve continuar sendo trabalhado no pós-parto, período em que a vagina fica mais seca e dolorida. Com o fortalecimento a mulher vai sentir grande diferença na recuperação. A supervisão de um especialista é essencial para alcançar bons resultados.

Felizmente, é possível minimizar ou mesmo prevenir essa lista de perrengues. Como? Fortalecendo o assoalho pélvico. Antes de mais nada, porém, é necessário exercitar a consciência corporal, para ter uma noção mais precisa de sua localização. Trata-se dos músculos que circundam o ânus, pênis e vagina. Ou seja, contrair o assoalho pélvico não significa mexer bumbum, coxa ou barriga. O uso de espelho e o toque ajudam a identificação. Fazer a contração no momento do banho e pressionar levemente com as mãos para conseguir sentir a região pélvica, pode ser uma boa maneira de descobrir essa musculatura tão importante para o nosso bem-estar. Detectada a área, é hora de botá-la para malhar.

Postado: Leila Ruver
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