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Texto de Opinião - 14/12/2016 - Desertos - Por Padre Renato Jose Rohr


Leia na íntegra

Nem todos são como o Saara ou como o Koobi, mas, em todos eles existe a ausência de água e de plantações, em outras palavras, ali falta vida. O pior de todos os desertos é onde Deus não tem seu espaço, ou seja, corações humanos que estão fechados para Deus.

 

Desertos assustam pela imensidão, pelo desconhecido, pela insegurança, pelo calor diurno e frio noturno. Enfrentar um deserto é colocar a vida em perigo. Caminhar sozinho no deserto é colocar em risco a própria vida. No deserto o ser humano não é bem vindo, os transeuntes podem ser surpreendidos por nuvens de areia ou por lobos famintos. O deserto não produz, pois a areia não contem fertilidade. Desertos não deveriam existir, pois são improdutíveis.

 

Sem dúvida, o pior deserto seria um ser humano não ter espaço para a vida divina. Assim como o deserto assusta e não produz frutos, também um ser humano que não vive sua vida para Deus é alguém que assusta e vive assustado. Quanta ausência de vida no deserto. Quanta ausência de Deus na vida de pessoas que tem o coração fechado que não acolhem a vida divina. Perto onde Jesus nasceu também há deserto até hoje. Mas ali perto havia corações que acolheram Jesus. Foi Maria, a primeira, que abriu seu coração para acolher Jesus, depois foi José, os magos e tantos outros que abriram seus corações para acolherem o Senhor da vida. Havia também pessoas que não acolheram Jesus. Nós também abrimos nossos corações por que não queremos ser sem vida e sem produzir frutos. Não podemos ser pessoas que passam a vida, sem vida, sem produzir frutos ou sem ser imagem e semelhança de Deus. O deserto não é acolhedor, assim, como pessoas que não se abrem para Deus e para os irmãos são pessoas de difícil convivência, normalmente não produzem bons frutos.

 

Oxalá! Não haja desertos nem ao nosso lado muito menos ainda em nossa vida. A vida no deserto espiritual não produz frutos para a eternidade. Ser como um deserto, querer viver a vida sem Deus é muito perigoso, pois, ninguém sabe até onde vai o limite da vida. Mesmo que haja pessoas que vivem como se fossem um deserto, é preciso descobrir um oásis para saciar a sede de Deus e refazer suas forças na caminhada em busca da terra onde possam produzir frutos para a eternidade. Seria muito inútil alguém caminhar no deserto até acabar a vida. O ser humano não foi criado para o deserto, mas, para a vida eterna e esta precisa ser alimentada. Mesmo que durante a vida alguém passe por um deserto é preciso reencontrar terra boa para sobreviver. Certamente este é o convite para tirarmos da nossa vida alguma areia que nos incomoda, sair da solidão não ir apenas ao encontro das coisas, mas, buscar Aquele que preenche a nossa vida. Também somos nós que devemos orientar a quem está perdido no deserto da vida. Amigo e amiga! Deixemos de lado o deserto e sejamos uma pequena estrela que aponta para Aquele que vem ao nosso encontro.

 

Ariquemes, 14/12/16 pe. Renato José Rohr scj.

Postado: Leila Ruver
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