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Geral - 14/02/2017 - Crise faz com que 24 mil pessoas voltem ao Bolsa Família no RS


Número representa crescimento de mais de cinco vezes

Cerca de 24,3 mil gaúchos retornaram ao Bolsa Família no ano passado. Os dados do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) refletem o número de pessoas que haviam deixado o programa até 2011 e voltaram a se habilitar ao repasse de dinheiro do governo federal. Em todo o país, 519.568 beneficiários solicitaram retorno ao programa em 2016. 

 

Em comparação com 2014, quando 4.289 reingressaram ao programa, no ano passado aumentou 5,7 vezes o número de pessoas que pediram para voltar a receber o benefício no RS.

 

A recessão que atinge o país há quase três anos e os índices crescentes de desemprego, atingindo 12 milhões de pessoas, explicam a queda na renda das famílias e a consequente dependência do mecanismo de transferência de renda. No total, 369.981 pessoas recebem o Bolsa Família no Rio Grande do Sul. Isso representa repasse mensal de R$ 60,1 milhões, de acordo com a folha de pagamento de fevereiro de 2017.

 

Na série histórica, apesar da recessão ter começado em 2014, naquele ano o Bolsa Família registrou o menor número de pessoas retornando ao programa: 4.289. Nos anos seguintes, contudo, os efeitos da crise econômica atingiram em cheio o Estado. Em 2015, o número praticamente quadruplicou, com 17.149 famílias pedindo para voltar a receber o benefício. 

 

Em 2016, houve o pico de reingresso, quando 24.353 pessoas se recadastraram. O atendimento a essas famílias só foi possível porque o MDS vem realizando um rígido pente-fino no programa. Em 2016, 3 milhões de beneficiários foram retirados do Bolsa Família por não se enquadrarem mais nos requisitos exigidos.

 

Havia casos de fraudes e de quem extrapolou a renda mínima estipulada. A varredura permitiu que novas famílias ingressassem no sistema. A fila de espera, que era de 463,9 mil pessoas em janeiro, foi praticamente zerada. Atualmente, apenas 1.898 pessoas aguardam vaga para passar a receber o benefício. Para o ministro Osmar Terra, o mecanismo foi importante para fazer justiça social:

 

— O desajuste fiscal que antecedeu o governo Temer foi muito grave para os pobres. Apesar da crise, conseguimos eliminar fraudes e praticamente zerar o estoque de espera pelo Bolsa Família. Queremos atender realmente quem precisa.

 

Em todo o país, 13,5 milhões de famílias – cerca de 50 milhões de pessoas – são atendidas, a maioria concentrada nas regiões Nordeste e Sudeste. A região Sul responde por 8% dos segurados. O valor médio pago é de R$ 182, mas a quantia varia conforme a renda familiar e o número de dependentes.

 

Fonte: ZH e MDS

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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