Leia na íntegra
Olhar de alegria ou tristeza de amor ou de desprezo. Olhar de compaixão e misericórdia. O olhar para Cristo na cruz e olhar do Crucificado para a humanidade.
Imagino o olhar de Cristo na cruz ao olhar os que o condenavam crucificando-O, que olhar de misericórdia que a tudo e a todos perdoa; “Pai perdoa-lhes! eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34). Imagino a situação dos que condenavam a mulher adúltera, quando Jesus lhes diz; “atire a primeira pedra quem não tiver pecado”. Que olhar cada um dos presentes deve ter dado no seu coração e na sua consciência. Com que olhar de alivio a pecadora deve ter se voltado para Jesus. Que olhar de gratidão do leproso que volta a Jesus para agradecer-lhe pela cura. E o olhar de Jesus quando Ele chora sobre Jerusalém onde se vivia no pecado. E o olhar compassivo de Maria vendo o seu próprio filho de Deus passar por todos os sofrimentos da cruz. Sem dúvida um olhar muito terno e materno.
É importante cada um de nós fazer o seu olhar sobre si mesmo. Sem dúvida é melhor cada um lançar um olhar sobre a própria vida do que ficar olhando até defeitos dos outros. Os nossos olhos são as janelas do nosso corpo. Ao olhar, vemos, analisamos e quando não até condenamos. Que olhar nós damos sobre o mundo que nos cerca? Há muita gente que desperta em nós sentimentos de alegria e certamente também sobre outros deve despertar em nós sentimentos de piedade e misericórdia. O que dizer do olhar da mãe e filho que se entreolham diante das dificuldades da doença, da fome e diante da própria morte? Não podemos, apenas, olhar o mundo de hoje com dó, vendo tantas coisas erradas, sabendo que tanta gente vive à margem da salvação. Temos a certeza que Deus olha com muita compaixão e misericórdia sobre toda a humanidade. Nós não podemos ficar parados apenas olhando como se estivéssemos assistindo a um espetáculo. Também nós temos culpa ou da miséria ou da misericórdia da humanidade. O nosso olhar não deve apenas abrir nossos olhos para a realidade do que acontece, mas, é preciso abrir o coração para cada um fazer o que está ao seu alcance nem que for apenas como um beija-flor que joga uma gotinha de água para apagar a fogueira na mata ou como uma formiguinha que carrega tão pouco, mas muitas vezes carrega mais do que o próprio peso. Não adianta simplesmente lamentar ou até chorar pela situação do mundo, é preciso arregaçar as mangas, abrir o coração e a boca em súplicas a Deus pela salvação de toda humanidade. É certo que são muitos os que recebem maus testemunhos, certamente, são muitos os que precisam de bons exemplos.
Amigo e amiga! Procuremos imitar os olhares de Jesus; Olhar de compaixão de amor e de misericórdia. Que as pessoas se vejam olhadas por nós com acolhida e esperança. Que não exista em nós olhares de desprezo ou rejeição. Que tanto os outros, quanto nós, sejamos todos acolhidos no olhar misericordioso de Deus.
Ariquemes, 10/05/17 Pe. Renato José Rohr scj
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