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Saúde - 09/08/2011 - Hospitais filantrópicos pressionam governo gaúcho a liberar R$ 100 milhões


Para cada R$ 100 de custo em procedimentos, SUS paga R$ 64

 

Mais de 300 pessoas participam, hoje, de uma audiência pública na sede da OAB para discutir a situação dos 239 hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul, responsáveis por 70% dos atendimentos pelo SUS, mas com endividamento superior a R$ 1 bilhão. Conforme a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado, as entidades correm o risco de fechar as portas.

Os representantes das instituições estão tentando agendar com o Palácio Piratini uma reunião para hoje com o governador Tarso Genro, a fim de pedir que seja liberada verba emergencial de R$ 100 milhões, o que evitaria o fechamento de parte dos hospitais até o final deste ano. Conforme o presidente da Federação, Júlio Mattos, o SUS não paga o valor que custa cada atendimento, e quem paga a conta são os usuários de plano de saúde.

“A cada R$ 100 reais de custo do atendimento de um paciente do SUS, o Ministério da Saúde remunera hoje R$ 64. Isso significa que há uma defasagem média entre custo e receita de 55% para cada procedimento. Os hospitais tentam viabilizar resultado nos convênios, e as prefeituras têm sido até então as grandes pressionadas a ajudarem a manter os hospitais abertos, em especial, as urgências e emergências”, reitera.

O mesmo movimento foi realizado em janeiro de 2007, quando o valor pago pelo SUS era de R$ 55. O custo aumentou aproximadamente 10% em quatro anos.

Os hospitais filantrópicos são os principais locais de atendimento no interior do Estado e são responsáveis por 18 mil leitos e 519 mil internações por ano. Caso fechem unidades, os pacientes devem se deslocar para Porto Alegre para procedimentos de baixa e média complexidade. A Capital, cujas emergências estão cotidianamente superlotadas, teve fechados três mil leitos desde 1993, segundo o Simers.


 

Fonte: Marjuliê Martini/Rádio Guaíba

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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