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Texto de Opinião - 06/02/2019 - Por que contar ou ler histórias para as crianças


Por Professora Samara Cristiane Hanauer Janke

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O grande psicólogo e filósofo suíço, Jean Piaget, já dizia há muitos anos atrás, que “a infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano.” Para que isso aconteça, é preciso que se possibilitem formas e momentos em que a criatividade possa ser desenvolvida pelas crianças. Uma dessas formas é a leitura e também a contação de histórias, tanto no âmbito escolar, quanto no familiar e social.

Quem de nós já não se pegou lembrando-se de algo engraçado, triste, alegre ou curioso que ouviu ou leu em algum lugar? São essas lembranças que trazemos a tona, que nos fazem perceber que a nossa vida é movida por histórias, sejam elas reais ou imaginárias. Para as crianças a leitura ou contação de histórias é um momento onde elas podem imaginar os acontecimentos que estão sendo relatados. Com isso desenvolvem a imaginação e a criatividade, aspectos muito importantes para a aprendizagem e aquisição da leitura e escrita.

No momento em que uma história está sendo contada é interessante observar o semblante, o olhar e a linguagem corporal das crianças. Todas elas podem estar ouvindo a mesma história, mas cada uma delas está sentindo-a de uma forma diferente, dentro da sua subjetividade humana. De acordo com o que a criança tenha vivido ela faz a sua leitura dos acontecimentos. Se tiver uma vivência de harmonia e felicidade sua imaginação vai criar certo tipo de leitura e, se tiver vivido mais momentos tristes, de medo e angustia, sua leitura dos fatos narrados será automaticamente outra.

A leitura ou contação de história por parte da família é algo muito importante, pois proporciona a convivência, o diálogo e a aproximação dos membros familiares. Em família é possível fazer o relato de histórias reais dos antepassados e assim as crianças passam a conhecer fatos e situações que fazer parte de seu histórico familiar, que a escola não tem conhecimento e nenhum livro traz em suas páginas. Conversas com avós, bisavós, tios e outros membros familiares faz com que a criança fortaleça o vínculo com essas pessoas e, ouvindo histórias de algumas décadas atrás, consiga faz um paralelo entre o ontem e o hoje, valorizando ainda mais sua família e tudo o que possui na vida. 

Além de ouvir histórias a criança também pode trocar de papel e ser a contadora de histórias, assim ela estará aperfeiçoando a sua oralidade, aumentando o vocabulário e tornando-se mais desinibida frente a outras pessoas. Mas é importante ressaltar que a troca de papel por parte da criança não pode ser imposta ou exigida. É preciso deixar que ela mesma se proponha e se sinta encorajada a fazê-la, pois ao contrário este momento pode se tornar desconfortável e até traumático fazendo a criança se fechar e inibindo sua oralidade.

Para que o momento de contar e ouvir história seja prazeroso é preciso que se tome cuidado com o conteúdo que a história traz, pois há crianças que têm medo de certos personagens ou situações e irão se sentir amedrontadas, tornando este muito angustiante. Para isso é importante ouvir as crianças e saber qual é o tipo de histórias que gostam e se possuem algum medo. Assim sendo, será possível organizar momentos muito ricos para a aprendizagem e conhecimento das crianças, onde a história se torna a ferramenta mais importante. Mostre o mundo para as crianças, conte histórias para elas.

Samara Cristiane Hanauer Janke

Professora da Rede Municipal de Crissiumal

Graduada em Pedagogia

Pós-graduanda em Alfabetização e Letramento

Postado: Leila Ruver
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