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CLJ / MDJ - 05/08/2011 - Agosto, mês vocacional


Por que tamanha importância dada ao tema vocação?

 

Porque a vocação é o início de tudo. Quando ouvimos ou usamos a palavra vocação, logo a entendemos num sentido bastante vago e geral, como sendo uma inclinação, um talento, uma qualidade que determina uma pessoa para uma determinada profissão, por exemplo, vocação de pedreiro, de mãe, de médico. E nessa compreensão também a vocação de sacerdote, de religiosos, de esposos, de leigos cristãos. Essa compreensão, porém, não ajuda muito no bom entendimento do que seja a vocação.

 

Vocação, em sentido mais preciso, é um chamamento, uma convocação vinda diretamente sobre mim, endereçada à minha pessoa, a partir da pessoa de Jesus Cristo, convocando-me a uma ligação toda própria e única com Ele, a segui-lo, (cf. Mc 2,14). Vocação, portanto, significa que anterior a nós há um chamado, uma escolha pessoal que vem de Jesus Cristo, a quem seguimos com total empenho. Vocação é chamado e resposta. É uma semente divina ligada a um sim humano.

 

Essa escolha pessoal é concretizada de uma forma bem objetiva no Sacramento do Batismo, que por isso se torna fundamento e fonte de todas as vocações. É neste chão fértil, regado pelo sangue de Jesus, que brotam as vocações específicas, aquelas que cabem diferentemente a cada um. Algumas delas são mais usuais e comuns, como a de casal cristão, de leigo cristão, de catequista, de animador da caridade na comunidade.

 

Neste final de semana celebramos o dia do Padre. O padre deve ser o melhor audiovisual do amor do Pai especialmente para os mais pequeninos. No dia da ordenação o bispo rezou sob o padre: “carregar o fardo do povo”. É a vocação do “Padre-Cirineu”, um padre carregador de fardos, um “padre povoado”. Sabemos, que a ordenação não suprime as fragilidades e limitações do padre. O sacerdote continua após a ordenação sob o peso da fragilidade humana, mas a graça sacramental o sustenta e o torna imagem do Bom Pastor, que dá a vida pelo rebanho.

 

Deus deposita em seus padres um voto de confiança. São chamados a serem homens de esperança e de alegria, sabendo que a inautenticidade prejudica a fé do povo. O padre não pode viver uma fantasia, dizer uma coisa e fazer outra. O mundo hoje, não acredita nos mestres, mas nas testemunhas. O padre constrói mais pelo que ele é, do que pelo o que faz.

 

O padre é uma delicadeza do Coração de Jesus. “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração”. (Jo 3, 15). Nossos padres não precisam tanto de nossos elogios, mas do nosso perdão, da nossa compreensão e colaboração. O padre é criação do amor trinitário em favor do povo. Você criança, você jovem, você adulto ouça a voz de Deus que o chama para a vocação. Ser padre não é uma dignidade só para os santos e justos, nem é uma degradação para quem não alcançou outros ideais na vida. O padre é um pai, um pastor, um profeta, um homem de Deus e se você conhece padres que não são assim, ajude-os a serem fiéis, porque o padre não existe para si, mas para o povo.

 

O apóstolo Paulo define o padre como “administrador dos mistérios de Deus” (ICor 4, 1) mas é em “vaso de argila” que o padre carrega esta dignidade e responsabilidade. Não é pois a pessoa humana do padre que nos encanta e inquieta, mas a missão que lhe foi confiada. Ser padre não é uma honra, mas uma responsabilidade. O padre é uma chave que abre o acesso a Deus, é uma escada que conduz ao céu, é um sinalizador do amor de Deus, é uma ponte que liga o céu e a terra. Em nossos dias a Igreja deseja padres animadores de comunidades, comprometidos com a causa dos excluídos, construtores de uma sociedade nova, justa e fraterna, lugar do reino de Deus.

 

E lembre-se: O padre é alguém que se desgasta e doa-se pela comunidade. A comunidade é a família do padre. Seja presença na vida do padre e reze por ele.

 

Deus os abençoe!
     
      

Pe. Magnos José Baron Caneppele, scj

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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