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Vera Academia - 05/05/2017 - Coluna Vera Academia dia 05052017


Tão Atléticos como o dono

 

Sim, falamos dos espermatozoides. A integridade do sêmen, quem diria, depende da prática de exercícios. E certos treinos seriam ainda mais eficazes para dar uma força ao sonho de ser pai.

Percorrer a nado o canal vaginal, escalar o útero e, nas trompas de Falópio, ainda ter gás para um sprint final antes de penetrar o óvulo, é um enorme desafio para a menor das células do homem cumprir sua prova de fogo. Como pode-se ajudá-lo a vencer a corrida e, nove meses depois, receber um prêmio de valor inestimado? Uma pesquisa realizada na Alemanha descobriu que a atividade física pode ser uma estratégia simples, barata e eficiente de incrementar a qualidade do esperma. Mas os pesquisadores foram além. Entre os pesquisados que saíram do sedentarismo, uma parte treinou em intensidade moderada, outra em ritmo vigoroso e a terceira parte de maneira intervalada. Embora as três modalidades tenham gerado efeitos positivos, a primeira sagrou-se campeã, ou seja, a que treinou em intensidade moderada. Não está se falando de uma caminhada devagar, porém, é uma prática condizente com iniciantes dentro do peso adequado e sem doenças associadas.

Para criar um time de espermatozoides de nível olímpico, o testículo precisa trabalhar em condições ideias. É aí que entra a atividade física. Ela aprimora o fluxo sanguíneo e a chegada de oxigênio à região. Colocar o corpo pra se mexer constantemente também controla a inflamação e a produção de radicais livres, que , em excesso, esses processos degradam o ambiente testicular. De acordo com a pesquisa, parece que os exercícios moderados acarretam melhorias mais acentuadas em marcadores inflamatórios.

A questão que fica é: apesar de todas as benfeitorias, será que as passadas na esteira de fato ajudam o casal a engravidar? Pelo trabalho em questão não dá para afirmar isso. Na pior das hipóteses sabe-se que a atividade física ao menos aumenta a libido, fator que obviamente contribui para as chances de conceber um filho.

No entanto, precisa-se falar em limites. O excesso crônico reduz a concentração de testosterona e afeta a fertilidade. Essa linha entre o saudável e o exagerado varia entre cada indivíduo. Até por isso, deve ser definida com apoio profissional. Dores prolongadas, palpitações, tontura e insônia após uma visita à academia sugerem que se extrapolou. E um último alerta: não se renda aos anabolizantes, eles inibem a fabricação do hormônio masculino no testículo. Isso compromete as chances de engravidar a mulher e até piora o sexo. Não há uma dose segura desses produtos, para vencer a prova da vida e deixar um legado à próxima geração, o espermatozoide depende de seu esforço, e seu bom senso.

E nas mulheres? Existem levantamentos, embora não definitivos, indicando que o sexo feminino também se torna mais fértil ao incorporar a atividade física no cotidiano. Na contramão, esforços pesados demais bagunçam os hormônios. É o caso das atletas que chegam a parar de menstruar. Aí nã tem jeito, a probabilidade de ser mãe cai bastante. Assim como eles, elas precisam incluir a palavra “moderação” no treino.

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