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Texto de Opinião - 03/02/2020 - A educação contemporânea


Por Alini Ticiana Henicka Centenaro

Foto: Leila Ruver / Guia Crissiumal

Com o passar dos séculos surgiram diversas teorias que renovaram os métodos da escola tradicional. Isso permitiu que chegássemos a um conceito bem mais pragmático da educação. Mas, apesar dos progressos históricos e sociais, a educação, que deveria direcionar-se para a mudança e inovação, necessária ao desenvolvimento do país, ainda tende a se cristalizar como um lugar conservador e atrasado. 

Segundo o professor Pedro Demo, o que acontece é que ainda existem os educadores ditos críticos, mas que permanecem na didática, na transmissão dos pensamentos, e não se preocupam com o lado prático e experimental. 

Frequentemente, o ensino é assolado pelas mais variadas crises e o sistema escolar é visto como obsoleto. Isso ocorre porque a educação é vista isoladamente do contexto histórico, econômico, político e social. 

A contemporaneidade exige um saber plural e amplo, pois a sociedade está em constante transformação e quer a formação de homens diferentes do passado, capaz de enfrentar as inovações técnicas, sociais e culturais. 

Os problemas educativos não devem ser visto pela forma tradicional, ligados a um saber ao mesmo tempo pragmático e normativo. Eles devem ser pensados pelas ciências da educação. 

A educação caracteriza-se, na contemporaneidade, como diferente daquela do passado e a sua relação com a prática se dá pelo filtro técnico-científico. Porém, a pedagogia ainda apresenta problemas a resolver e é passível de soluções diversas. 

Recentemente, surge um novo olhar para a educação, com a proposta da BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Já tínhamos a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e posteriormente surgem os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) como documentos que trazem orientações para a escola. Mas, os dois documentos não possuem a mesma função de um currículo nacional.

Os PCNs fornecem sugestões para o trabalho em sala de aula, mas não explicitam os conteúdos que se deve ensinar e o que o aluno tem de aprender. Já as diretrizes, foram criadas para que o professor tivesse uma formação que o capacitasse dentro de seu contexto de atuação e adapta-se isso para a sala de aula, o que não ocorreu; as escolas incorporaram as diretrizes ao seu modo e não se garantiu que conteúdos essenciais fossem ensinados em todo o país. 

Em termos de documentos nacionais, na área da educação, a Base é o que temos de mais recente para estudarmos e colocarmos em prática nas salas de aula. O ano de 2019 foi muito intenso nas escolas porque tivemos diversos encontros para estudar esse documento, também de reelaborarmos os documentos escolares (PPP e Regimento Escolar), seguindo as novas orientações da base. 

A BNCC define o que os alunos têm direito a aprender nas escolas, as habilidades e competências que eles devem desenvolver em cada ano de ensino da Educação Básica, garantindo a igualdade de direito aos alunos de todo o país, no que se refere aos conteúdos que serão estudados.

Sabemos que esse documento não é a solução para todos os problemas da educação, mas é um passo importante para diminuir a desigualdade de ensino. Muitos professores já disseminam práticas positivas nas salas de aula, mas o documento surge como um norte comum à educação. 

Assim, faz-se necessário observar, estudar e fundamentar a base no processo ensino/ aprendizagem, oferecendo um desenvolvimento integral aos nossos alunos em todas as suas dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural; deixando para trás um modelo tradicional de mero repasse de conteúdos, para uma educação que priorize um sujeito social consciente, crítico, participativo, apto a enfrentar a realidade social, que possua perspectiva de futuro e que pense em transformações.

 

Alini Ticiana Henicka Centenaro

Graduada em Letras- Português e Literatura

Especialista em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa na Educação Básica

 

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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