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Texto de Opinião - 02/07/2018 - Lúdico: O jogo, a brincadeira, o brinquedo e o brincar


Por Gilberto Frederico Janke - Professor de Anos Iniciais - Ensino Fundamental

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Quando nos referimos ao lúdico é possível constatar que terminologias como jogo, brincadeira, brinquedo e brincar são utilizados na tentativa de defini-lo. O jogo designa tanto uma atitude quanto uma atividade estruturada com regras, a brincadeira, por sua vez, refere-se basicamente à ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada, já o brinquedo define o objeto de brincar, ou seja, o suporte para a brincadeira, enquanto que o brincar diz respeito à ação lúdica, seja brincadeira ou jogo, com ou sem uso de brinquedos, objetos ou outros materiais que a imaginação infantil pode utilizar para tal fim. 

O brincar constitui-se numa das primeiras atividades desenvolvidas pelo ser humano, principalmente na infância, onde ao brincar a criança se manifesta de uma maneira muito espontânea, aliviando sua tensão, promovendo a atenção e a produção de conhecimentos. Através de brincadeiras a criança expõe seus medos e angústias e problematiza suas práticas diárias.

Queiroz e Martins, concordando com Vygotsky, dizem que “a brincadeira e o jogo, o lúdico, são ingredientes vitais para uma infância sadia e para um aprendizado significativo”: “Vygotsky atribui importante papel ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil. Segundo ele, através da brincadeira, o educando produz o discurso externo e o internaliza, construindo seu próprio pensamento. A ludicidade e a aprendizagem não podem ser consideradas como ações com objetivos distintos. O jogo e a brincadeira são, por si só, uma situação de aprendizagem. As regras e a imaginação favorecem à criança comportamento além dos habituais. Nos jogos ou brincadeiras a criança age como se fosse maior do que a realidade, e isto, inegavelmente, contribui de forma intensa e especial para o seu desenvolvimento”. (QUEIROZ e MARTINS, 2002, p.6-7)

A utilização da ludicidade no processo de ensino e aprendizagem, tanto na Educação Infantil quanto nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, é de grande valia, pois proporciona ao professor um maior conhecimento sobre seus alunos, além de proporcionar uma aprendizagem de forma mais prazerosa e eficaz.

Outro aspecto relevante é que a criança ao brincar está inserida em um sistema de regras, as quais compõem diferentes jogos e brincadeiras, independente de quem sejam os jogadores ou participantes das mesmas. Diante disso, pode-se afirmar que jogos e brincadeiras tornam-se espaços e momentos de decisões pessoais e coletivas, além de serem oportunidades de relacionar-se com os outros.

Queiroz e Martins, apoiados em Alexis Leontiev (1998), dizem que: “[...] é na atividade lúdica que o educando desenvolve sua habilidade de subordinar-se a uma regra, mesmo quando um estímulo direto o estimula a fazer algo diferente. Dominar as regras significa dominar seu próprio comportamento, aprendendo a controlá-lo, aprendendo a subordiná-lo a um propósito definido”. (QUEIROZ e MARTINS, 2002, p.7)

O jogo, o brinquedo e a brincadeira estimulam a criança a representar e a expressar cenas que revelam aspectos da realidade vivida por elas, assim, o brinquedo, no mundo da infância, assume o papel de substituto dos objetos reais, para que a criança possa manipulá-los durante as brincadeiras. O brincar, planejado e inserido na rotina escolar, possibilita que a criança explore e descubra o mundo ao seu redor, facilitando sua evolução motora, cognitiva, afetiva, intelectual, cultural e social.

 

Gilberto Frederico Janke

Professor de Anos Iniciais - Ensino Fundamental

Graduado em Pedagogia

 

 

Postado: Leila Ruver
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